SYMARIP: Nos tempos em que rock era coisa de hippie

Com grande entusiasmo noticiei na semana passada, aqui mesmo no Idéias & Conversas, que o cantor britânico de origem jamaicana Roy Ellis fará dois shows no Brasil em 9 e 10 de maio, nas cidades de Curitiba-PR e São Paulo-SP, respectivamente. (Para saber mais sobre os shows de Roy Ellis no Brasil, clique aqui).

Roy Ellis, ex-vocalista da lendária Symarip. O cantor se apresenta em Curitiba (PR) dia 09/05, e em São Paulo (SP) em 10/05

Dentre as muitas bandas que Roy fez parte como vocalista, a que provavelmente mais se destaca é a Symarip. Para explicar um pouco da importância da banda para o reggae mundial, e para as raízes da cultura skinhead tradicional – baseada na união musical e cultural entre jovens brancos britânicos e negros jamaicanos que atravessaram o oceano atlântico atrás de oportunidades no velho mundo -, trago aqui o verbete da banda contido no livro “Skinhead Letra Por Letra”, de Glauco Mattoso, publicado em 1995 pela Rotten Books, braço literário do selo Rotten Records:
Também grafado SIMARYP, o nome é um anagrama dos PYRAMIDS, grupo de negros que gravava reggae para os skinheads ingleses em 1969, época em que o movimento estava no início e ainda não havia bandas formadas pelos próprios skins, os quais não ouviam rock, considerado então como música de hippies. O SYMARIP era integrado por um vocalista (Roy Ellis), um tecladista (Monty Naismith), um guitarrista (Joshua Roberts), um baixista (Michael Thomas) e um baterista (Frank Pitta), e grava pela Trojan, a etiqueta que virou símbolo dos skins curtidores de reggae e ska. A canção “Skinhead moonstomp” (na tradução algo como “a pisadona do skinhead”) – totalmente falada, como um rap lento – era o cartão de visita da banda, mas o maior sucesso foi “Skinhead Girl”, regravada por bandas Oi! como The Oppressed.
*(nota do blogueiro: os Garotos Podres também gravaram sua versão de “Skinhead Girl” no CD “Com a Corda Toda”, de 1997).
Contando os dias para a histórica apresentação de Roy Ellis em solo brasileiro, aqui vai mais um petardo dos bons tempos do skinhead reggae, quando essa cultura urbana ainda não tinha sido infectada pelo vírus do racismo, e refletia simplesmente uma fatia estilosa, bem vestida e fã de boa música da juventude britânica.
fonte
http://ronaldocasarin.wordpress.com/2014/03/31/symarip-nos-tempos-em-que-rock-era-coisa-de-hippie/