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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Incident - "Dni Hnevu" (2006)


Banda tcheca, possuidora de um som que procura mesclar a melodia com agressividade rueira. Disco interessante.

Dowina - "Brezalauspurch " (2005)


Excelente! O que tenho para falar desta banda? Sem palavras! Uma junção perfeita, sob minha perspectiva, entre Oi! e vikingarock! Canções muito bem executadas! Lamentavelmente, conheço apenas este trabalho. Para minha satsifação, soube que continuam tocando! Canções em eslovaco!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Battle Cry - "To Fight and Die" (1995?)


Deixo com vocês este clássico do Oi! norte-americano! Excelente banda, infelizmente com poucos materiais. Neste álbum, produzido pela Pure Impact, contém demos, EPs e um álbum. Uma overdose destes nova-iorquinos!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Vurmo - fanzine (1990)


Antigo fanzine punk do Distrito Federal. Contendo entrevistas com bandas locais, releases e matérias sobre a cena de sua cidade e nacional.

Sham 69 - Live at The Roundhouse e 3 clips - video (1978)


Após um hiato nas postagens, pois minhas férias terminaram e voltei para o batente esta semana, deixo, orgulhosamente, este vídeo à sua disposição e deleite! Show excelente, ainda por cima quando a Sham estava em seu auge! E acompanhados pela "Sham Army" (diversos skins, punks e rude boys que acompanhavam a banda). Quanto aos clipes, assistir "If the Kids Are United", na tela com Pursey frenético instigando a fúria e a união das juventudes marginalizadas inglesas, não há preço!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

"Punks" - video documentário (1983)


Dividido em cinco partes, este documentário procura apreender os punks em sua realidade. Também, desvela a sonoridade de suas bandas, como Cólera, Ratos de Porão, Fogo Cruzado e outras. Vale muito a pena obter!
In 5 parts, that documentary meet the feeling and way of life of the old brazilian punks in São Paulo, 1983! With Cólera, Ratos de Porão (before metal age), Fogo Cruzado and more. Take it! It´s Vontade e Luta birthday party!

Entrevista: Última Classe (banda) - Santos/SP


Lançando seu CD-demo ano passado, apresento-lhes uma banda que, através de suas letras, literalmente "metem a porrada" no sistema! Retratando a realidade da classe trabalhadora, sem demagogias ou teorias. Simplesmente, cantam sua realidade. Aqui no Vontade e Luta, encontramos a exposição de suas concepções!

1) Quem são Última Classe? E o que fazem e acreditam?

A Última Classe é formada pelo Bruno (bateria), Alcides (Guitarra), Ângelo (Baixo) e Ronaldo (voz), todos trabalham para pagar suas contas, o Bruno é funcionário publico em Santos e é formado em História, o Alcides trabalha em um arquivo em São Paulo e também é formado em História, o Ronaldo é professor da rede pública e claro....leciona História! Já o Ângelo é tatuador e fotógrafo e o único na banda que não é formado em História. Acreditamos em muitas coisas, nossos amigos, mulheres e nossas famílias, nossos times de futebol.
Não acreditamos em religiões e embora a banda não seja para nós uma plataforma política e nem mesmo filiada a nenhuma corrente ideológica, não nos consideramos apolíticos, nos colocamos sempre à esquerda, de um ponto de vista socialista, libertário, afirmativamente antifascista e anti-racista. Acreditamos que classe trabalhadora deveria ter o poder, pois é a força vital da sociedade. Não acreditamos em baboseiras pós-modernas e nem em intelectualismo barato e detestamos a hipocrisia do “politicamente correto”.

2) Excelentes bandas saíram de Santos, como Tropa Suicida e Soldados do Asfalto, por exemplo. Como surgiu a banda?

A banda surgiu entre o final de 2008 e o começo de 2009 a partir de conversas informais entre uma cerveja e outra, uma tatuagem e outra....A idéia era nos reunir para tirar um som dentro daquilo que sempre foi referência para nós no Punk Rock, no Oi! e no Rock’n”roll e nos divertir fazendo algo que gostamos. Nesse começo o baterista era um outro camarada nosso, o Sabugo, que precisou sair da banda pois havia mudado de cidade. Com a entrada do Bruno os ensaios se intensificaram e veio a gravação da demo e as primeiras apresentações.

3) Como é a cena em sua cidade?

Não sei se é possível afirmar que exista uma cena aqui. Existem algumas bandas, existem pessoas, mas é tudo muito fragmentado e disperso. Entendemos que existe uma cena, quando há atividade coletiva, ou seja, quando as pessoas articulam ações, que podem ser desde a organização de gigs, formar bandas, publicações, eventos que impulsionem a formação de uma coletividade que compartilhe símbolos de identidade comuns, para nós isso seria uma cena, não vemos isso acontecer aqui. Santos está uma cidade envelhecida demais, conservadora e provinciana, uma cidade dominada por construtores se shoppings centers e prédios de luxo para a classe média alta e a burguesia.

4) "Fora da Lei" chamou-me muito a atenção, assim como "Violência". Gostaria de sua exposição sobre o conteúdo destas letras.

No caso de “Fora da Lei” é a tentação do consumo e do usufruto de um bem-estar que é negado que gera uma situação de raiva e falta de perspectivas que atinge milhares de jovens no Brasil, viver numa grande cidade como São Paulo, por exemplo, onde existem ilhas de luxo e riqueza contrastando com a miséria da maioria é algo que provoca a revolta. Se esse jovem não consegue enxergar uma saída coletiva pra essa situação, essa revolta acaba em muitos casos sendo canalizada para o crime. Uma boa parte da letra tem a ver com uma história real.
“Violência” é basicamente sobre ganguismo estúpido e burro, não iríamos jamais fazer uma letra enaltecendo a burrice, então “Violência” surgiu mais como uma forma de retratar uma situação que também não é totalmente fictícia, mas que afeta e já afetou muito a cena de SP. Vemos o tempo todo histórias de jovens que morreram, mataram ou foram pra cadeia por causa de burrice ganguista. E entendemos que essa sociedade em que vivemos não se importa com essas pessoas, pois no final das contas só servem para produzir manchetes sensacionalistas, aumentar a população carcerária e dar pretextos para o governo aumentar ainda mais o alcance de seu aparato repressivo. Não somos pacifistas adeptos do “paz e amor”, mas nos recusamos a apoiar a idiotice.

5) Quais bandas influenciaram seu trabalho? E o que vocês escutam ultimamente?

São várias... é até difícil falar, mas podemos dizer que nossas influências vão de bandas clássicas do punk rock como The Clash e Pistols, passam pelo Oi! de bandas como Garotos Podres, Cockney Rejects, 4 Skins, The Oppressed, Business e pelo som mais rápido de bandas como GBH e Defiance.
Ouvimos diferentes coisas, além de Oi!, Punk setentista e HC, que são nossos alicerces em termos de sonoridade. A lista é grande e variada e abrange desde Adoniran Barbosa e Cartola à Slade, Motorhead e AC/DC.

6) Fale-me de Flávio Prado. Por que odeiam esta pessoa?

Não odiamos essa figura porque não é nem digna disso. Na verdade a letra de “Jornalista de Merda” pode ser dedicada a qualquer jornalista filho da puta. Na gravação nos referimos ao Flávio Prado porque precisávamos de um nome para colocar na letra e ele é um defensor de um futebol elitizado, com ingressos caros e de acesso apenas a pessoas de elevado poder aquisitivo, o que significa na prática a proibição do trabalhador e do torcedor oriundo das periferias de freqüentar os estádios de futebol.
Mas como dissemos a letra pode ser adaptada a outros jornalistas, por exemplo, na nossa ultima apresentação substituímos o nome Flávio Prado, por Boris Casoy, por causa das ofensas que esse babaca dirigiu aos trabalhadores da limpeza publica. Na verdade o que detestamos é essa mídia elitista, que se vende pra quem tem poder econômico e que manipula a informação e que na verdade só funciona como um vetor ideológico do poder econômico. Uma prostituta dos interesses dos ricos.

7) Além do CD-demo (por sinal, ótimo), sairá algo novo para este ano (2010)?

Sim... temos a intenção de lançar algo novo, ainda não temos nada certo, mas estamos vendo os meios de lançar um possível split com alguma outra banda e mesmo um cd nosso. Já temos algumas musicas novas e bases e letras nas quais estamos trabalhando.

8) Para encerrar, algumas palavras finais?

Primeiro queremos agradecer a você Pierre pelo apoio e pela entrevista, continue firme com esse blog. A todos que tiverem interesse em entrar em contato conosco existem as seguintes opções: Myspace - www.myspace.com/ultimaclasse; e-mail – ultimaclasse@gmail.com; e recentemente foi feita uma comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=97869395. De resto o que temos a dizer é: Nunca se conformem com a ignorância; nunca se conformem com estereótipos; estudem e não sejam burros. Amem seus times, mulheres, amigos e família, nunca dispensem uma boa cerveja e uma boa conversa. Sejam capazes de se indignar diante da exploração, da manipulação e da injustiça. Saudações a todos os leitores!

9) Obrigado! Espero assistir seus shows!

Nós é que agradecemos e saiba que será sempre bem vindo em nossas apresentações e claro, esperamos poder tocar aí no Rio de Janeiro em breve.


Disponibilizamos, aqui no blog, o primeiro trabalho do Última Classe! Pegue e ouça!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Stärkste Minderheit - CD-demo (2008)


Primeiro lançamento deste alemães de Berlim. Quanto ao som, típico Oi! alemão, com instrumentais pesados, porém suas introduções são muito extendidas, assim como algumas frases musicais. Vocais muito guturais. Creio que, por tratar-se de uma demo, ainda que a qualidade da gravação esteja comprometida por um ajuste de equalizações, a banda tem um bom potencial. Canções em alemão!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Dose Brutal - "1st EP + Vadia + live and rehersal tracks" (1987/8)


Para nós, brasileiros, não precisam de apresentações! Para nossos leitores estrangeiros, necessito escrever algo em inglês:
"One of the first brazilian punk bands, played in "O Começo do Fim do Mundo" (first brazilian punk meeting - 1982). Their sound influencied the early brazilian streetpunk and Oi!. They are from ABC Paulista (three and more cities near of São Paulo city with industrial activities). If you don´t know, SHOULD KNOW! Down! Lyrics in portuguese!"

BTM - "Legends Again" (2004)


Veteranos da cena Oi! polonesa, este disco é uma regravação de suas antigas canções, lançado pela Olifant Records. Um som rude e bem executado. Possuo poucas informações sobre eles. Tanto que não conheço suas antigas gravações. Seus sons impressionam na primeira audição! Forte impacto! Letras em polonês!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

The Glory Stompers - "Abandoned Youth" (1995)


Ótimo EP deste massacrante skunk canadense! Lembro-me que, lendo o "Slug ´n´ Lettuce" (USA), vi seu flyer e, por instinto, reconhecia uma banda que não decepcionaria! Seguidamente, consegui seus sons e não fiquei nem um pouco decepcionado! Neste trabalho, uma sonoridade bem agressiva e contestatória! Oi!, punk e HC em apenas uma banda! Infelizmente, não está na ativa!

Askö n. º 9 - fanzine/informativo (1998)


Informativo com textos anarquistas. Porém, em um de seus números, houve um artigo polêmico. Curto e de bom conteúdo!

http://www.mediafire.com/file/jn14uwtwzmm/Gesto de Revolta n.º 3 (1996).rar

Gesto de Revolta n.º 3 - fanzine (1996)


Ótimo fanzine publicado por Feio, no estado de São Paulo. Muitas informações sobre as bandas que circulavam na cena dos anos 90, como Estrago, Manifestho, Revolta Suburbana, Delinquentes e muitas outras, além de textos políticos de cunho anarquista. Atenção: como o tamanho do zine era muito maior do que meu scanner, sofreu cortes em algumas partes. Posteriormente corrigirei este defeito. Aproveitem!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Surowa Generacja - "Wojownicy Ulicy+Nie Jestes Jednym Z Nas" (1996?)


Continuando as postagens da Polônia, eis que apresento, para quem não conhece, o embrião do The Gits, que gravou ótimos splits com Retaliator e Kill Baby, Kill! Neste ítem, encontram-se dois álbuns da banda. Um som bem parecido com o que conhecemos da banda atualmente. Um bom e empolgante som para o pogo, e memórias das fumaças de fábricas próximas de viadutos! Cinza e cínico! Eis este álbum! Letras em polonês!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Rezystencja - "My Jestemy Skinheads" (1993)


Uma grande estréia no formato álbum, estes poloneses são uma das mais importantes e clássicas bandas do Leste Europeu, tanto que a Olifant Records lançou um "tributo" (particularmente, não curto esta forma de produção). Importante banda! Letras em polonês!

Descontento Juvenil - "Siempre que nos busquen" (2001)


Um excelente MCD, mas, infelizmente, esta banda não deixou mais registros! Argentinos de Rosario, possuem um Oi! tradicional. Letras em espanhol.
http://www.mediafire.com/file/oy0tnd0tk44/DESCONTENTO JUVENIL - SIEMPRE QUE NOS BUSQUEN.rar

Vírus 27 - "Brasil Oi!" (1988)


Um clássico da discografia Oi! brasileira! No comments!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Entrevista: Brigada dos Lobos


De Pernambuco, um lobo uivando Oi!, nas noites da periferia de Recife, acompanhado de uma horda dionisíaca, como hóplitas em marcha! Apresento-lhes Brigada dos Lobos, uma das mais novas e originais bandas no cenário Oi! nacional. Um som pesado e denso, aliado à vocais roucos e excelentes letras. Em um país, onde nasceram Garotos Podres, Vírus 27, Histeria Oi!, Carbonário e Dose Brutal, encontramos uma nova geração de skins, portadores de suas perspectivas. Drak e Eva respondem à minhas perguntas!

1) Não faz muito tempo que conheço vocês. Um amigo da Brutal 420 indicou-me seu som, e não pude acreditar no que defrontei-me! Apresentem-se à nossos leitores e falem um pouco sobre os integrantes, suas atividades extra-banda, por favor.

Conhecemos Zé Colmeia de longa data, Drak particularmente troca idéia com ele por email há um bom tempo já.
Antes de tudo, obrigado pelo espaço. Para nós é uma honra ter uma entrevista divulgada num blog de tão boa qualidade, como o seu, que trás na bagagem bandas incríveis como o kalevalan viikinginit, isso sem mencionar seu excelente trabalho, já antigo, com zines.
De forma sucinta a banda tem 5 membros, cada um deles contribui com todo seu universo simbólico para a composição final, em termos de harmonias e letras.
O vocalista, Vela, é de origem portuguesa, mas já mora nas terras de cá há bastante tempo. É professor de literatura, tem planos de abrir um restaurante temático lusitano. Responsável por excelentes letras como “Outra Cerveja já Foi”, “Me Enterrem de Botas” e “De volta as Ruas”, ele é a centelha da tradição skinhead crua pós 80’s em nossa banda.
Renato, que perambula entre a bateria e o segundo vocal, tem planos de acrescentar instrumentos clássicos ao som da banda. Com grande veia poética e refinado gosto literário, é estudante de Filosofia e, nas horas vagas, cuida da disciplina nos ônibus da região de Olinda. Também toca na banda Escuderia, novo projeto da cena oi! independente de Recife.
Hallan é o homem banda. Capaz de tocar todos os instrumentos, às vezes até dois ao mesmo tempo, se deixarem. É responsável por algumas das nossas melhores composições melódicas. É soldado convicto do oi! e não leva desaforo para casa. Toca também na banda Subversivos, que é um dos pilares da cena de rua de Recife.
Eva, a competente e criativa baixista, uma das grandes mantenedoras do orgulho desta cena. Praticamente capaz de mobilizar uma segunda queda da bastilha se o motivo for justo. Impecável zeladora da tradição skinhead e exemplo de militância contra-cultural a ser seguida. (eu sou suspeito para falar...) Eva trabalha no comércio de livros e é aplicada estudante de História.
Drak é o ideólogo, a veia da racionalidade, gerador e produtor de zines, seus textos são capazes de converter uma nação. Durante muito tempo, foi o único skin no Recife. Astuto mobilizador intelectual (sou suspeita para falar...), é também o responsável por letras e arranjos melódicos como “Marcha dos Licantropos” e “kali”. É formado em Sociologia e trabalha atualmente como agente de pesquisas.

2) Por que Brigada dos Lobos? Em sua página, existem relações com druidismo. Onde estariam as manifestações desta no imaginário da banda? Por sinal, bastante rico! Além das crenças pagãs, quais referências a banda possui?

O lobo para nós representa um totem, um gerador de ressonâncias arquetípicas. Também encarado como metáfora da construção de uma individualidade livre diante da decadência da sociedade de massas e a certeza de que viver em nossos tempos é travar uma batalha cotidiana pelo nosso direito ao Espírito. A metáfora do lobo, nesse sentido é para nós um instrumento de guerrilha ontológica.
Primeiro, existe uma grande identificação dos membros da banda com mitologemas e simbolismos arcaicos. Buscamos nos calcar dentro de uma perspectiva identitária através de uma arqueologia étnica de componentes olvidados, mas que pertencem a gênese da ancestralidade de nossa região, Nordeste.
Nesse sentido, buscamos recompor, mesmo que de forma mimética, dentro do nosso contexto e possibilidade, aqueles fundamentos celtiberos e andalusos, gérmens do ethos lusitano. Uma de nossas matizes, ou uma das matizes com a qual nos identificamos (cujos resquícios são encontrados no imaginário e nos saberes tradicionais do homem sertanejo) e que é demasiadamente subvalorizada e estigmatizada em função do ranço anti-colonial dos discursos nacionalistas e esquerdistas. Estes, ao desprezar o valor cultural do vetor étnico mencionado acima, em função da construção de uma plástica e conveniente identidade brasileira, jogaram a água da banheira fora com o bebê dentro.
Isso tudo está diluído na sonoridade marcial, nas metáforas em nossas letras e na energia que nos motiva individualmente a produzir contra-cultura.



3) Quais bandas influenciaram seu som? Além do Oi! e do punk, vejo que possuem interesse pelo metal. E o que cada integrante da banda aprecia?

Como um projeto composto por indivíduos, não somos unânimes, enquanto grupo, em nossas preferências. Coletivamente existem alguns consensos como Last Resort, Camera silens, Bandas inglesas clássicas, Motorhead, Paris Violence, música folk( e viola nordestina como um todo) e alguma coisa de Psychobilly.
É difícil resumir o gosto de cada um, uma vez que o ecletismo aqui, individualmente vai do Fado ao Black Metal, do Northern Soul à Música clássica. Mas vamo lá, Já dissemos antes que Vela é mais ligado ao som do oi! cru oitentista, curte Last Resort, Oppressed e coisas mais recentes como Evil Conduct e Perkele; além de ser apreciador da boa música Portuguesa por herança familiar e identificação. Eva gosta de som oi! Francês dos anos 80 e 90, Alton Ellis, gosta de reggae antigo, dub, La souris deglingée, The Who, som inglês dos anos 60, Bohse Onkelz, rock progressivo, hard rock, thrash metal, DIO e Iron Maiden. Hallan gosta de Adicts, English dogs, Motorhead, Misfits, gosta bastante de bandas Psycho como Koffin kats e do velho e bom Jhonny Cash. Renato gosta da cena oi! alemã, coisas como Freiwild, Loikaemie, cena sueca, bandas como Ultima Thule, Koorpiklaaani(folk metal), Paris Violence( todos os álbuns), Heitairoi e Ulver(raw Black metal). Drak escuta Rock identitário de cenas variadas, com ênfase nas cenas de folk metal russa, bandas como Arkona, Svarga, Kalevala, Butterfly Temple; Finlandesa, Moonsorrow; Sueca, Enhärjarna, Manegarm; francesa, Pest Noire, Blut aus Nord, Alcest; Gaélica, Aes Dana, Heowl Tewen; Black Metal norueguês dos anos 90, Ulver, Darkthrone, Mayhem; Doom, Agalloch, cancioneiro tradicional Irlandês, Português e Nordestino; música sufi e hassídica.

4) Conheço pouca coisa sobre a cena skinhead no Nordeste, embora seja um fã das bandas punks antigas desta região de nosso país, como Misantropia, Karne Krua, Estrago e Babylóides. Quanto ao Oi!, lembro-me apenas dos Voluntários. Conte-nos como vive um skinhead em Pernambuco.

Falando pelo nosso estado é verdade, podemos dizer que por muito tempo houve apenas um protótipo de cena skinhead, sempre houveram indivíduos isolados que tinham identificação por oi!, ou ska, mas esses só vieram se encontrar em meados de 2004, como o primeiro projeto oi! de recife o Brigada oi! formado por Drak, Camilo(Subversivos), Eduardo Rude(antigo Hidrofobia, hoje dono da marca rude boy t-shirts ) e Tiago Rabelo (Medonhos). Das cinzas desse projeto migraram através de Drak algumas músicas antigas para o Brigada dos Lobos, como “Aos sectários” e a famigerada “Anauê é o meu caralho!” O Subversivos, mítica banda de nossa cena, foi a primeira a apoiar a estruturação de uma cena oi! em Pernambuco acolhendo skinheads, antes isolados, em sua crew e aderindo a uma sonoridade oi! em suas músicas, além de sempre intervir física e verbalmente em gig’s, ruas e mesas de bar e onde quer que surgisse idéias preconcebidas, polêmica e contra-informação sobre a cultura skin. O Brigada dos Lobos surge em 2007 a partir do encontro de quatro amigos que se conheceram por compartilhar da identificação com a cultura skinhead e que encontravam, pelo background já citado, um ambiente propício, porém sempre dando de cara com a resistência do senso comum estúpido dentro e fora do ambiente subcultural.
Ser Skinhead em Pernambuco é honrar um nome que foi construído nas ruas através de duras penas e participação ativa na vida contracultural de Recife, respeito aos que vieram antes, suporte aos que vieram depois, sempre num espírito de Cooperação, Independência, Autonomia e Identidade. Graças a isso estamos construindo nosso lugar na cena de Recife e de Pernambuco.
Por outro lado, para o senso comum da sociedade Pernambucana, um skinhead não passa de um fanático racista, que por sabotagem da mídia e reprodução de discursos estereotipados é estigmatizado publicamente.

5) E seus shows, como está a receptividade do público, com um empolgante som e letras inteligentes?

Nossos shows tem tido uma boa recepção dentro do que se pode esperar de uma cena em construção. É basicamente freqüentado pelos skins locais e por amigos de outras vertentes dentro do rock de rua. Geralmente nossos eventos são organizados com bandas amigas, como Nômades, Subversivos, Punkadaria e bandas de fora do estado, como o Misantropia e o Anorexia, visando fortalecer a união de bandas independentes e não sectárias do Nordeste.

6) Algumas estrofes de seu cancioneiro despertaram meu interesse. Gostaria que comentassem sobre "...vida honesta e trabalhadora, sob o elmo troiano"; "...sangue antigo, herança ancestral" e "Quando tudo era noite, e a unidade dormia". Este último, gostaria de que comentassem mais sobre que unidade estava "dormindo". Acreditam na existência de alguma unidade, ou compartilham perspectivas de Nietzsche, no tocante ao fim destas na modernidade?

Bom sobre “vida honesta e trabalhadora, sob o elmo troiano”, em primeiro lugar, digo que remete a nossa condição biográfica materialmente falando. Gostamos de celebrar o fato de estarmos juntos e de compartilhar os códigos da subcultura onde transitamos. Do combustível que ela fornece ao desenvolvimento de nossa individualidade e da força que encontramos ombro a ombro. Queria ressaltar que o termo “elmo troiano” para nós passa por uma reterritorialização que mais nada tem a ver com tomadas de posições politicamente convenientes e defensivas ou auto-afirmação de facções pueris, para nós o elmo troiano (poderia ser lido até espartano, risos) representa o caráter Marcial que é essencia da cultura Skinhead, e mais que isso, faz dela uma Contra-cultura, a vontade e a disciplina de aniquilar em si mesmo aquilo que te torna fraco(em todos os sentidos).
“...sangue antigo, herança ancestral”, sobre essa passagem, é preciso contextualizar dentro da temática do que representa a figura do “Licantropo” para nós, que é análoga ao Übermensch de Nietzsche. Feito isso usamos a metáfora do sangue como expressão do espírito e este como parte de uma linhagem de seres que não se deixam trucidar pela prisão ontológica da sístase em que o tipo humano está mergulhado. Se as massas se destinam à aniquilação, nós buscamos a resistência, escolhemos o lado do lobo ao da ovelha.
“Quando tudo era noite e a unidade dormia”; bom, aqui eu me remeto a concepções gnóstico-cabalísticas sobre existência negativa, você pode encarar essa passagem como a noite de Brahma( Kalpa-Pralaya: ciclo onto-nihílico do cosmodrama indo-ariano onde o cosmos ordenado entra em um movimento de contração, sobrando apenas o vazio do caos primordial) e pode encarar o termo “unidade” a partir do conceito de Demiurgo utilizado na escola gnóstica Valentiniana, o qual trocando em miúdos refere-se ao Ego. E sim, este se pretende como unidade, quando na verdade é uma hipóstase estratificada em fragmentos que simulam existência, como bem demonstrou o Dr. Jung.

7) Qual sua discografia disponível? Lançamentos para o futuro?

Estamos finalizando a prensagem do nosso primeiro álbum, que possivelmente se chamará “Orgulho, Força e Identidade”. Já temos material para um segundo álbum, mas isso requer maiores custos com gravações, além do que achamos que as faixas que compõem este primeiro álbum sintetizam bem a primeira fase e proposta inicial da banda. Estamos participando da articulação de uma coletânea em vinil com as bandas Brutal 420(RJ), Expulsos do bar(ES) e Arroto(RJ), além disso estamos também planejando lançar um split com a banda Alagoana Anorexia através do selo Bota Suicida. Por enquanto é isso.

8) Palavras finais?

Desenvolva a cena de seu estado, sem sectarismo. Crie uma estrutura mínima que permita a auto-gestão dessa cena. Produza, debata, lute pela independência e autonomia da cultura skinhead. Novato, respeite e busque a orientação dos mais antigos, mas nunca deixe de pensar por si e seja antes de tudo honesto consigo mesmo e em suas intenções dentro desta cultura. Não se deixe cooptar por ladainhas ideológicas auto-interessadas, esmague os patrulheiros ideológicos de esquerda e de direita e sua rebeldia fetichizada. Preserve a tradição cultural de sua região e redescubra sua ancestralidade étnica, o skinhead é no mundo todo, também, um canal de expressão desta. Fuja do senso comum homogeneizado pela mundialização da cultura e lute contra o nivelamento étnico global. Repudie o “folclore do exótico” fundamentado na visão que o estrangeiro tem de nós, rejeite a cultura regional de tipo “exportação”, pois ela é mero produto mercadológico, busque as verdadeiras raízes, saberes e imaginário de seu ethos. Tenha coragem, atreva-se a ir contra a corrente do pensamento único e do discurso “politicamente correto” que nada tem de contracultura, apenas tenta recodificá-la, digeri-la e acomodá-la pelo poder centralizador. Direita e esquerda são as duas faces de uma mesma moeda, os dois pólos de uma única bateria que serve para alimentar o sistema; o direito de exercer sua individualidade fora de moldes consensuais lhe é inalienável, acreditamos que a única militância válida é aquela que te permite ser você mesmo entre os seus.

9) Muito obrigado!

Nós que agradecemos pelo espaço mais uma vez, Pierre. E te parabenizamos pela sua iniciativa e empenho construtivo na cena skinhead. Continue com o bom trabalho e lutando o bom combate.
Para conhecer o som do Brigada dos Lobos, acessem www.myspace.com/brigadadoslobos
Eles também editam o fanzine "Longa Noite do Skinhead". Caso queiram uma cópia, escrevam para o mail tebraruna@hotmail.com

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Urban Shock - demo (2005)


Extinta banda de amigos punks daqui do Rio (Ricardinho e Papelão) com skins italianos e espanhóis em London/UK. Atualmente, Ricardinho está na Johnny Throttle (postada aqui no blog) como baterista, também no Reino Unido. Seu som é um Oi!/punk bem clássico, com ótimas canções (destaco "Yesterday Heroes"). Letras em inglês!
Brazilian punk friends who lives in London formed that band with two skins based in UK. Now, Ricardinho (drums) play in Johnny Throttle. Nice Oi!/punk music! Lyrics in english!

VA - "Contra - Ataque" (1988)


Uma compilção que foi um divisor de águas na cena punk brasiliera. Bandas antigas como Olho Seco mostravam um som bem diverso do que realizaram nos trabalhos anteriores (não me agradaram), ao mesmo tempo, bandas que, na época, ainda não possuíam álbum, mas que demonstravam seu potencial (Não Religião), e outras originadas fora do eixo Rio-São Paulo (Pupilas Dilatadas, do Rio Grande do Sul). Uma ótima coletânea, apesar de alguns pontos baixos mas, como observara, ocorriam transformações sonoras na cena punk brasileira, nesta época, e isto foi crucial e inevitável! Pois mudanças, em minha perspectiva, mostram que estamos VIVOS!
Brazilian punk/hc compilation with Olho Seco, Não Religião, Laranjas, Skarnio, and more. All lyrics in portuguese!