Uma das mais importantes bandas Oi! italianas, de uma terra onde nasceram Klasse Kriminale, Nabat e The Stab, sem mencionar outras potências saídas da bota européia! Nascidos na década de 90, o Razzaparte comprova que o streetpunk e o Oi! não vivem apenas no saudosismo, mas perpetuam sua luta sonora! Flavio, seu vocalista, dá esta entrevista!
Vontade e Luta) Razzaparte é uma notória banda Oi! em nossa época. Conheci seu som na compilação “Urbanoise”, da Rotten Records Brasil. E, como você vê a banda hoje, olhando para trás, desde “Gente Senza Poesia” EP até seu último álbum?
Flavio) Ainda nos consideramos uma banda Oi!, embora nós misturamos mais e mais influências. Sempre misturamos Oi!, punk-rock e hardcore, mas nossos últimos álbuns contém algo de punky reggae/passagens de dub.
Somos estreitos com a cena punk e skinhead e, apesar das mudanças de formação desde 1995... bem, ainda estamos aqui!
Nosso novo álbum, “Briganti” (bandidos) foi lançado pela Anfíbio Records e é ilustrado pelo artista mexicano Chema Skandal. Ele fez um bom trabalho, em nossa opinião. Este CD tem uma página dedicada no www.razzaparte.net/briganti
Esta é nossa discografia (compilações não-incluídas):
“Gente Senza Poesia” 7” EP – Oi!Strike/Resta Rude Rec. (1999)
“Servi o Ribelli” CD – Anfíbio/Spaghetti/DdC/COTD (2003)
“Il Drago e Il Leone” CD – Anfíbio Records (2007)
“Briganti” CD – Anfíbio Records (2010)
V&L) Viterbo tem uma antiga e famosa universidade. Como é a cena em sua cidade?
F) Os primeiros skinheads de nossa cidade apareceram no início dos anos 80 e eram ultras de futebol. Uma cena skinhead/punk/hardcore voltada para a música surgiu nos anos 90 e, bem, nós ainda estamos aqui! Tínhamos um coletivo chamado “Viterbo HC” e uma seção SHARP. A garotada mais nova, recentemente, formaram seus próprios coletivos, “Tuscia Clan”, onde “Tuscia” é o nome de nossa região (parte norte do Lazio), na Itália central. Achamos que temos uma boa e misturada cena (skins, punks, hardcore kids, etc) e tentamos ser mais ativos quanto possível (concertos, etc).
V&L) Você acredita que o Razzaparte é uma banda política? E o que seus membros pensam sobre isto?
F) Não nos consideramos uma banda política, embora cada um de nós temos nossas idéias e todos somos contra o racismo e crápulas WP. Pensamos que a música Oi! pode carregar diferentes tipos de mensagens, incluindo algum conteúdo político., mas nunca nos consideramos uma banda para redskins nem skins não-políticos. De fato, não ligamos para rótulos, queremos apenas chutar o lixo WP e conversar com todos que curtam nossa música.
V&L) E futebol? Quais seus times favoritos e o que esperam da seleção italiana para a Copa da África do Sul?
F) Alguns de nós estão por dentro de futebol e outros não. Alguns membros torcem por times locais como Viterbese, outros torcem por clubes da Série A. temos uma canção – “Casuals” – é mais sobre subculturas – skinheads e, você adivinha, casuals – então é sobre futebol.
V&L) Quando escutei seus trabalhos (confesso que meu favorito é o primeiro EP) mas seu primeiro álbum, “Servi o Ribelli”, vejo como uma perfeita síntese entre Oi!, punk e hardcore. Como criam suas canções? É um processo individual ou coletivo?
F) A música vem de um processo coletivo enquanto as letras são escritas por mim exceto “Milizia” (do CD “Briganti”), escrita com o guitarrista anterior, Fiore.
V&L) Além da banda, como vivem seus membros? Trabalho, estudos, família, diversão, etc.
F) Temos interesses diferentes, como História local, etc. Alguns trabalham enquanto os membros mais jovens ainda estudam e, como você sabe, mantemos a banda com dificuldade. Mas ainda amamos nossa música e temos várias coisas para dizer e o que não lembramos agora. Tocar em concertos, especialmente no exterior, é mais difícil.
V&L) Por favor, comentem sobre duas canções:
“Oi! Band” – Esta canção é uma brincadeira! De fato, é apenas uma versão de uma canção pop italiana, “Boy Band”, do Velvet. Gostamos da versão original e pensamos em fazer uma versão mais humorada com toque punk-rock e letra um pouco mais irônica. Nós incluímos como uma faixa fantasma no CD “Servi o Ribelli”.
“Fascio Nero” – “Fascista Negro” – é sobre um negro de nossa cidade que se junta com idiotas nazistas. Tentamos fazer uma divertida paródia para algo sério: pessoas que recusam e rejeitam sua origem.
V&L) Conte sobre suas últimas gigs fora da Itália.
F) Tocamos fora apenas na Suíça, no “Rude Boy Festival”, em 2005, mas existem projetos para o outono. Temos contato com alemães e franceses mas, como disse antes, não é nada fácil para nós.
V&L) Quais bandas brasileiras de Oi!, punk e hardcore são suas favoritas?
F) Gostamos de Garotos Podres e a música de algumas bandas “carecas”, embora realmente não conheçamos e nem entendemos todas as letras, então não podemos julgar. Tínhamos contato com a Rotten Records por anos mas, atualmente, temos muito poucos contatos em seu país.
V&L) Curto bandas italianas como Klasse Kriminale, Nabat, Los Fastidios e Plastic Surgery (adoro seu único EP “Rivolta” – é um item raro aqui, em vinil). Na cena Oi! italiana, quais suas bandas favoritas?
F) Adoramos Klasse Kriminale e Nabat, são bandas muito influentes. Plastic Surgery fez um grande EP, musicalmente bom, mas se envolveram com a cena WP e perderam contato com a cena skinhead não-racista bem antes de seu EP.
V&L) Últimas palavras para os leitores do Vontade e Luta?
F) Manter a fé e não ser enganado pela bosta “reds versus não-políticos”. Ame sua música e sua subcultura.
V&L) Obrigado, Flavio!
F) Obrigado! Alguém interessado em nossa música pode nos contactar no mail info@razzaparte.net.
Aqui, disponibilizamos o primeiro EP, "Gente Senza Poesia". Aproveitem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário