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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

OVOS PRESLEY 2012


Quem são os Ovos Presley?

O Ovos Presley foi formado em Curitiba (PR) em 1993 e seu punkbilly é respeitado no cenário brasileiro, sendo que na capital paranaense a banda é como uma lenda que tem em sua história a responsabilidade de manter viva a maldição psychobilly em uma época que as principais bandas da cidade haviam encerrado suas atividades.

OVOS PRESLEY

Psycho Punk ‘a’ Billy Boogie
Em novo disco, Ovos Presley mostra por que é referência no psychobilly brasileiro

Por Alexandre Saldanha

Psycho Punk ‘a’ Billy Boogie. O nome do segundo disco define bem o que é o Ovos Presley: uma banda que flerta com todos os estilos acima, mas sem ficar presos a rótulos. Anos depois do lançamento de A Date with Ovos, o quarteto lança um disco com uma qualidade de gravação muito superior à do seu antecessor. Quem acha que a banda queimou todos os seus hits no primeiro disco, pode se preparar: Psycho Punk ‘a’ Billy Boogie traz músicas que já fazem parte do repertório da banda há anos!

Pelo menos metade das faixas do primeiro CD era cantada de ponta a ponta pelos fãs nos shows do Ovos havia anos como “Cão sarnento”, “Mulher” e “P.Q.P.”. No novo disco, as “clássicas” aparecem em menor número, mas estão tão calejadas que a banda comandada por Ademir e Wallace já entra em campo com boa vantagem. Não tem como fazer feio quando se tem nas mangas cartas como a divertidíssima “Vai tomar no cu” (no repertório há quase dez anos), “Mulheres de cinta-liga” e “Maldição do lobisomem”.

Como uma voz infantil anuncia antes da primeira música, “é música do demônio, posso sentir”. E realmente dá. O disco começa com a instrumental “O vocalista fantasma” que mostra a veia cômica da banda e flerta com a surf music a la Reverend Horton Heat, sem tirar o pé do punk rock.

Seguindo a linha punk, “Monstro doido” e “No meu carro” mantém o bom humor e falam de drogas e bebedeiras. “Maldito cupido” é um escracho com o anjo do amor, mas passa longe da delicadeza e inocência de Celly Campelo (“queria ter um dia um coração de pedra/cuspir nesse cupido e mandar o maldito à merda”). Se essas músicas têm um pé no punk, “Ver apodrecer” – que fecha o disco - preenche todos os pré-requisitos para colocar também o outro pé.

“Animal demente” e “Noite de finados” têm levada punk, mas as letras doentias e macabras deixam as duas músicas muito mais próximas do psychobilly. “Bêbado maloca” é outra daquelas faixas que ficam no meio do caminho entre o punk, surf e psycho – lição aprendida com Cramps.

Considerada por muitos uma das maiores representantes da cena psychobilly brasileira, o Ovos Presley faz jus à fama com a sequência “Mente mentecapta”, “A noiva”, “Maldição do lobisomem” e Vampiras de Curitiba”. Essa última conta uma invasão das filhas do Conde Drácula (“sanguesugas miseráveis”) na capital paranaense com uma pegada acelerada guiada pela bateria de Cidadão Rancor. Com uma pegada mais calma, “A maldição do lobisomem” é a cara dos Ovos Presley, com uma pitada de jovem guarda embalando letras inspiradas em filmes B. “Mente mentecapta” é levada por uma guitarra quase-limpa que, em alguns momentos, lembra Meteors nos primórdios.
 
 
 
Destaque para a canção "No Meu Carro"

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