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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Cena internacional: Eslováquia!
Este artigo oferece apenas uma breve informação sobre as bandas e momentos, que vieram à minha memória, esta lista de fatos e bandas não está completa, pelo que peço desculpas.
80´s
A cena punk na Eslováquia começou durante o regime comunista no início dos anos 80 em nossa capital, Bratislava. Excetuando-se Bratislava, nós não podemos falar sobre alguma cena na época. O que tenho a dizer é que a cena eslovaca estava muito ligada à cena tcheca em larga escala. A primeira banda punk chamava-se Ex-Tip, surgiram em 1982 e continuam na ativa. Haviam outras lendas como Ventil RG e Paradox, de onde foi criada outra lenda do punk-rock eslovaco – Zona A, que permanece em atividades. Eles tem algumas demos e álbuns. Konyk – vocalista da banda, fez o primeiro fanzine focado na cena punk-rock chamado In Flagranti. É necessário dizer que, nesta época, antes da Revolução de Veludo, era muito difícil e todas as gigs eram proibidas ou sob controle da polícia, e a maior parte delas foram interrompidas antes de terminar. Os membros das bandas foram perseguidos pela polícia e a Justiça.
Tenho que mencionar outra lenda desta época, o Davova Psychoza. A cena tcheca era ampla e haviam bandas como Sanov, E! E, SPS, Burinky, Nasrot, Novodur, Telex, Tri Sestry, Modry Tanky, Kritika Situace, PS, Do Rady, HNF, Plexis, Visací Zámek, etc.
Há um bom livro sobre esta época, chamado Kitary a Ver aneb co Bylo Za Zdí (Guitarras, grito – O que estava atrás do Muro). Grande livro sobre esta época, quando encontramos as bandas sob dificuldades e como era difícil tocar nas gigs.
À exceção de bandas skinheads como o Kráktý Process, não tinha coisa alguma nesta época. Kráktý Process tocava desde 1988 mas eles não gigaram antes da Revolução. Na República Tcheca é, definitivamente, o Orlik, tocando desde 1987, e sua formação estão os atores Daniel Landa e David Matasek. Antes da Revolução, eles gravaram um show ao vivo em uma gig. Na época haviam outras bandas Oi! como Oi! Oi! Hubert Machane e Suicidal Commando.
90´s
Após a Revolução de Veludo, no dia 17 de novembro de 1989, quando o regime comuna caiu, começou a explosão das bandas de punk-rock. Grandes gravadoras como Monitor, realizando LP´s de bandas punks. No início dos anos 90, foram lançadas diversas gravações raras que são cultuadas atualmente. Na Eslováquia foram fundadas bandas como Slobodná Europa, Konflikt, Hoten Toten, Karpina, PEB, Hasiaci Prístroj, e várias outras. Mais a frente começaram bandas como Odpad, Naco Názov, DPH, etc. Aconteciam diversas gigs pela República e a cena punk estava em sua melhor época, na Eslováquia.
Na cena skinhead na Eslováquia... bem, Krátky Process mudou de vocalista e se chamava Rasto Rogel, ator e diblê carismático. A banda, no começo, tocava em gigs com bandas punks como Davova Psychoza e Slobodná Europa, mas eles saíram desta cena e fizeram sua própria cena para skinheads que mudavam do nacionalismo para o nacional-socialismo. Krátky Process teve algumas canções em um release oficial chamado Skinsongs 1, que também possuía uma versão em LP. Nesta compilação colocaram músicas da gig de Bzenec. A gig tem registro em VHS. As bandas presentes no evento eram Orlik, Braník, Tri Sestry, Oi Oi Hubert Machane, Valasska Liga e My-lai. Recomendo baixar, porque isto é um retrato da cena skinhead no começo dos anos 90 na Tchecoslováquia. Krátki Process realizou seu primeiro álbum em 1993, chamado “Na Prach” e em 1997 um segundo álbum, que é seu melhor, chamado “1988 – 1996”! Após este álbum a banda separou-se e alguns membros fundaram a banda Juden Mord.
No lado tcheco, o Órlik lançou dois álbuns - “Oi!” e “Demise”, que tornaram-se cultos na cena skinhead na Tchecoslováquia. Estes Lps venderam centenas de cópias. A banda terminou depois do segundo álbum e Daniel Landa foi para uma carreira solo que não tinha muita coisa em comum com a cena skinhead, mas ele ainda tinha uma clara visão sobre algumas coisas e ele não teme falar.
A pura cena Oi! Iniciou no começo dos anos 90 com alguns fanzines de Oi! E SHARP, e o mais famoso é o Buldog, que era editado por Vláda Cerveny, pioneiro da cena SHARP na República Tcheca. Outros zines merecemser mencionados como Rytir, Messenger, Anti-Heroes, etc. As bandas que começaram na segunda metade dos anos 90, primeiro em Praga, como The Protest, lançando o EP “Praha” e, no final dos anos 90, lançam no selo de Vlad seu álbum “From Protest to Resistance”. Na Eslováquia, a banda Oi! Mais conhecida é o Incident, fundada em 1996 e em 1997 lançaram sua primeira demo - “Hrdost Pivo a Oi!” - que agora é possível encontrar no split-CD com a banda tcheca Operace Artaban. No fim dos anos 90 começou por aqui uma banda Oi! Chamada Zaciatok Konca. Mas a cena tem por volta de 100 pessoas em torno das bandas Oi! E que tocam nas gigs punks.
Atualmente
A cena na Eslováquia está muito variada. Há um punhado de bandas punks e Oi!. Mas eu acho que muitos não valorizam o que tem. Não compram Cds porque baixam tudo na internet, não compram zines porque qualquer coisa também está na internet, e não viajam para assistir gigs, porque ficam em gigs apenas em sua área. Há também problemas com a política, tanto da direita quanto da esquerda. Há um punhado de novas bandas como Cenzura, Ani Krok Spät, Beerstreet Bois... O Incident lançou ano passado o álbum “Navzdy a Vecne”, que é seu melhor trabalho. Um ótimo CD, procure por ele ou me escreva para adquirir. Também escrevam, tendo dúvidas sobre algumas questões!
Picko – editor do Real Enemy Skinzine
http://www.megaupload.com/?d=5LGMFDK7
Split com duas clásicas bandas Oi! da República Tcheca (Operace Artaban) e Eslováquia (Incident 96)!
WC Zine n.º 02 (1986)
sábado, 18 de dezembro de 2010
Música quadrinizada - "DMLU" - Carbonário e Sangue Sujo!
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Entrevista: Maraboots (banda) - Paris/França
Vontade & Luta) A banda é bastante nova. E o som lembra, literalmente, clássicos do Oi! francês como L´Infantarie Sauvage e Herberts. Conte-nos, além das informações contidas em seu perfil, como nasceu Maraboots.
Maraboots) Vai fazer um pouco mais de um ano que o grupo existe, mas o nosso amor de Oi! Francês 80's tem sido sempre (risos). A pequena história da formação do grupo foi no final de 2009, fomos para a Alemanha para ver a reforma do 4 skins, eles tocaram com o "Evil Conduct". Nós estivemos tão decepcionado que no caminho de volta, para risos, nos havia prometido fazer um grupo que seria melhor do que a reforma do 4 skins (risos). Também queria reviver o espírito do Oi! 80's, que está sendo perdido em Paris. Queríamos um grupo que cantava em francês, com um som ruim e, claro, as bandas que nós somos inspirados foram Herberts, Anti-patik, L'infanterie sauvage, RAS, Camera Silens, clássicos do Oi! Francês!
V&L) Algumas letras chamaram-me a atenção através dos títulos, pois entendo pouco francês. A música “2012” seria uma sátira a paranóia de catástrofes?
M) Sim, claro, alguns vêem a música "2012" como um hino de ecologia, mas na verdade é uma grande piada! Nós escrevemos essa música depois do filme (a merda que este filme) e quando toda a imprensa começou a falar do fim do mundo. Nós achamos isso super engraçado fingir que também acreditam em (risos). Os skinheads tem medo do fim do mundo? Não! Porque nós simplesmente não se importam! Nós vivemos nossas vidas, e se acaba assim, tanto melhor! Nós morremos jovens e todos esses idiotas vão morrer connosco! hahahahaOutras músicas da demo falar de ser skinhead anti-racista, em Paris, de todos os problemas que poderia causar, mas também o orgulho que sentiu a ser skinhead de qualquer maneira. Há também a primeira música (PPDHalles) é ainda mais engraçado que "2012" se você entender francês. Tentamos fazer crer que Patrick Poivre d'Arvor (Este é um apresentador de TV conhecido) foi um dos primeiros skinheads em Paris, como têm sido muitas as pessoas realmente famoso na França hoje (Pierpoljak, Axel Bauer etc ...). Então, fizemos uma fotomontagem na capa com a cabeça de PPDA (Patrick Poivre d'Arvor) vestido de skinhead, com uma pequena cruz tatuada na testa e posando em frente ao chafariz de inocentes (local de encontro de skinheads em Paris anos 80).
V&L) Já que em suas músicas tem saxofone, senti a falta de uma canção de ska. Além das músicas contidas em seu trabalho, alguma neste ritmo?
M) Não, nós tocamos mal para tocar ska! Hahahaha! No momento, basta fazer o mais básico possível, um dia talvez venhamos a fazer uma música ska / oi! mas um saxophone não é suficiente, é preciso talento!
V&L) Vocês tem uma postura anti-racista. Existe algum envolvimento com política? Vejo o combate a esta prática como uma postura política. Alguma filiação ideológica? Como vêem isto?
M) O nosso grupo é apolítico e anti-racista. Nós não queremos misturar a política com o movimento skinhead, e nós não queremos skinhead com visões extremistas políticos. Esta não é uma posição política é uma posição de skinhead tradicional.
V&L) Gig fora da França? E como foram? Consideram fácil tocar pela Europa, para uma banda independente?
M) Não tocamos até agora fora da França, porque como você diz ainda somos uma banda nova, mas logo com certeza! Para um grupo francês que canta em francês, é muito difícil tocar fora de França, porque as pessoas não entendem as letras de nossas músicas. Felizmente a Suíça, Luxemburgo e Bélgica, onde as pessoas falam francês, grupos franceses tocam em geral nesses países, mas é muito difícil para um grupo francês a tocar fora das fronteiras. E, como em França não há muitos concertos, é apenas duro! Mas não era para se queixar, todos os nossos shows foram ótimos e nós agradecemos a todos que se muda para organizar!
V&L) Os encartes da demo são muito bem elaborados. Quais inspirações para esta produção?
M) Mesmo que seja uma demo, queríamos fazer algo limpo, nos lançamos a demo com uma caixa e um livreto agradável. A recompensa para nós é que 200 exemplares foram vendidos muito rapidamente! Fazendo um grande trabalho que paga! Estamos muito orgulhosos desta demo.
V&L) Parece que há um brasileiro na banda ou na crew de vocês. Como aconteceu este encontro? Consideram o português uma língua fácil de compreensão para franceses? Pois são línguas irmãs!
M) A namorada de Mathieu (baixista), Nina, é do Brasil, mas vive em Paris e tem dupla nacionalidade. Para mim, como eu falo espanhol também, eu quase consegui entender tudo em sua entrevista, mas não falam Português, ele não se parece com o francês.
V&L) E como está a cena em Paris?
M) A cena em Paris é menor do que no início dos anos 2000, mas eu sinto que ela está saindo, as pessoas se dão ao trabalho de trazer bons grupos estrangeiros, os grupos são formados e são todas boas escolhas uns aos outros. Infelizmente, há uma série de lutas em Paris, que dividem a cena, eles de natureza política ou pessoal ... Isso é lamentável, jà somos muito não mais se discutir, não vamos longe. Mas é bom assim, os skinheads ainda estão sendo confundidos por uma coisa ou outra, quem se importa, sobretudo, nos não queremos que a cena morre... Quando você vai para a Alemanha ou Espanha, há skinheads tantas vezes disseram que já está morto ... Mas nós continuamos a acreditar!
V&L) Previsão para um novo trabalho?
Eu ia dizer a vocês que nós, normalmente lançar um álbum em 45 rpm UVPR (http://benjamos.free.fr/) que nos vamos gravar no final do ano ou janeiro. Haverá músicas novas mas também vamos regravar músicas da demo. Nível de shows que temos planejado concertos em França e Espanha, esperamos gigar muito em 2011!
V&L) Por favor, suas palavras finais aos leitores do Vontade & Luta.
M) Esperamos um dia vir tocar no Brasil e, claro, parece haver um monte de gente! Se você vier a Paris, não hesite em contactar-nos no nosso myspace vai ser um prazer ter uma bebida com pessoas brasileiras! Especialmente manter a fé, cuspir sobre política e racistas! Stay SHARP!
V&L) Obrigado!
M) Obrigado Pierre por esta entrevista!
Aqui, adquira o primeiro trabalho dos Maraboots!
http://www.mediafire.com/?ywlvfomr84idsld
Endereço para contatos: www.myspace.com/maraboots