sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Poemas de Glauco Mattoso!


Extraímos duas poesias!

Soneto ao Punk

No mundo sem futuro, você quis
levar o seu protesto até o extremo.
Em termos de anarquismo foi supremo,
além dos estudantes de Paris.

Ao som dos progressivos não deu bis.
Não fez nenhum fingido culto ao demo.
Lançou, no estilo "faça você mesmo",
fanzines tão zoneiros quanto fiz.

A paz dos sessentistas foi balada,
às vezes abalada pela droga.
Você criou podreira mais porrada.

Seu sujo visual, ainda em voga,
mais rude que o dos hippies, mais que agrada:
Me faz lamber seu pé depois que poga!
Soneto ao Skinhead

Você diz ter orgulho em ser odiado.
Na ultraviolência faz enfoque.
A bota e o suspensório dão o toque
de classe ao visual abrutalhado.

Alguns não sabem bem qual é seu lado:
Se o estilo está no ska, se toca o rock;
Racista ou não, seu caso é causar choque
e nunca parecer bem - comportado.

Careca no Brasil chamado foi,
por causa da fatal máquina zero
e pelo mesmo grito e som: Oi! Oi!

Cerveja, futebol, fervor severo
ao culto do operário pé - de - boi:
Você calça o coturno que mais quero!

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